Entenda o que é senescência e a senilidade, como afetam os idosos e veja dicas práticas para manter a qualidade de vida, mesmo na terceira idade
Temos conversado nos últimos posts sobre os principais desafios da terceira idade, assim como a questão do idoso no Brasil: números, empregabilidade, saúde, acessibilidade, direitos, dentre outros temas tão relevantes para nós.
Porém, um assunto que sempre me despertou curiosidade foi o conceito de senilidade, suas características e suas diferenças em relação a um outro conceito: a senescência.
E para entender todo esse universo e como ele afeta a qualidade de vida de nós, idosos, o nosso post de hoje é exatamente sobre isso: senilidade e senescência.
Gostou?
Vamos juntos, então!
Entendendo o que é o envelhecimento
Antes de explicar o que é senilidade e as diferenças em relação à senescência, vamos entender o que é, afinal, o envelhecimento.
De acordo com o Manual MSD, o envelhecimento dos indivíduos pode ser entendido em relação a três perspectivas:
- Idade cronológica: a idade cronológica relaciona-se com a passagem do tempo. Ou seja, é a idade da pessoa em anos. A idade cronológica tem significado limitado em termos de saúde. Porém, é necessário entender que a probabilidade de desenvolver problemas de saúde aumenta à medida que as pessoas envelhecem;
Idade biológica: a idade biológica refere-se às alterações no corpo que normalmente ocorrem com a idade. Aqui, essas mudanças afetam algumas pessoas antes de outras; - Idade psicológica: a idade psicológica é baseada em como a pessoa se sente e age. Temos como exemplo uma pessoa de 80 anos de idade que trabalha, faz planos e participa de muitas atividades pode ser considerada psicologicamente jovem.
Senilidade e senescência: entendendo os conceitos
Agora que você já entendeu que há formas diferentes de olhar para o envelhecimento, vamos entender mais sobre os conceitos de senilidade e senescência.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), a senilidade está relacionada com as condições que acometem o indivíduo no decorrer da vida baseadas em mecanismos fisiopatológicos.
Ou seja, são as doenças que comprometem a qualidade de vida das pessoas, mas não são comuns a todas elas em uma mesma faixa etária. Como exemplos, temos:
- perda hormonal no homem que impede a fertilidade;
- osteoartrose;
- depressão;
- diabetes;
- insuficiência renal.
Todas essas circunstâncias e problemas não são normais da idade e nem comuns a todos os idosos. Devido a isso são caracterizadas como um quadro de senilidade.
Diferenças entre senilidade e senescência
Já a senescência abrande todas as alterações que acometem o organismo humano no decorrer do tempo não relacionadas com doenças.
Como assim?
A senescência são as alterações naturais decorrentes do processo fisiológico do próprio envelhecimento. Alguns exemplos:
- Aparecimento de cabelos brancos;
- Queda de cabelo;
- Perda da flexibilidade da pele;
- Redução da estatura.
Ou seja, são variáveis que não provocam a diminuição dos anos de vidas.
Assim, o envelhecimento pode ser compreendido como um processo natural, de diminuição progressiva da reserva funcional dos indivíduos o que, em condições normais, não costuma provocar qualquer problema, conforme explica o Ministério da Saúde.
Já a senilidade, como vimos anteriormente, seria um complemento da senescência.
Assim, a senilidade relaciona-se com os mecanismos fisiopatológicos, ou seja, as alterações decorrentes de doenças crônicas, de interferências ambientais e de medicamentos.
Todos esses contextos podem comprometer a funcionalidade e a qualidade de vida do indivíduo.
Quer um exemplo prático?
Os famosos lapsos de memórias: eles são frequentes com o avanço da idade e podem ser enquadrados como parte da senescência.
Porém, se esses lapsos de memórias são intensos, frequentes, causando prejuízo funcional e podem ser associados a alguma doença, configuram-se um quadro de senilidade.
Senilidade e senescência: alguns desafios
O Ministério da Saúde pontua dois grandes desafios quando o assunto é a saúde do idoso e a compreensão da senescência e da senilidade.
O primeiro é considerar que todas as alterações que ocorrem com o idoso sejam decorrentes de seu envelhecimento natural, ou seja, da senescência. Isso pode impedir a detecção precoce e o tratamento de certas doenças.
Já o segundo grande desafio é tratar o envelhecimento natural como doença e, desta forma, realizando um grande número de exames e tratamentos desnecessários.
Ou seja, desconsiderando as características da senescência.
Assim, é necessário encontrar o equilíbrio para que nós, idosos, consigamos manter a máxima qualidade de vida possível, além de independência, apesar das progressivas limitações que naturalmente vão ocorrendo com o avançar da idade (a senescência).
E uma forma de ampliar nossa qualidade de vida é através da:
– Nutrição adequada ao longo da vida;
– Atividade física regular;
– Relacionamentos familiares e sociais;
– Cuidados com o equilíbrio e saúde mentais;
– Controle de doenças crônicas.
Ficou claro as diferenças entre senilidade e senescência?
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